Quatro inovações indicam mudanças nas embalagens de produtos

Imagem de produtos de quatro marcas diferentes, como a Häagen-Dazs e outras, para ilustrar que quatro inovações indicam mudanças nas embalagens de produtos.
Várias empresas estão adotando soluções para a reutilização de embalagens. Foto: GreenBiz/Reprodução.

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A equipe de circularidade da GreenBiz está com a adrenalina alta sobre o futuro da reutilização de embalagens – tanto é que em dezembro vamos promover uma experiência virtual de um dia sobre o tema. O reúso oferece a possibilidade de dissociar as embalagens da extração e dos resíduos, e isso soa muito bem.

Recentemente, temos percebido relatórios conflitantes sobre os benefícios de embalagens reutilizáveis, ou a falta delas, tanto da Upstream Solutions (organização ambiental sem fins lucrativos) como da McKinsey (empresa global de consultoria de gestão). O que permanece claro é que um programa de reutilização bem implementado pode beneficiar o clima, reduzir a extração de recursos e, talvez o mais importante, melhorar a experiência do usuário.

Veja a seguir quatro inovações empolgantes que estamos seguindo sobre o tema da reutilização:

1. Alimentos reutilizáveis

Uma série de empresas está trabalhando no reúso de versões laváveis e de polipropileno de itens que anteriormente eram usados uma única vez. Peço desculpas antecipadamente porque sei que sentirei falta de algumas aqui, mas as empresas norte-americanas que estou acompanhando incluem r.Cup, Turn, Friendlier, Re:Dish, DeliverZero, Bold Reuse e Ozzi.

Muito trabalho em embalagens reutilizáveis para alimentos [está sendo feito atualmente], seja por grandes locais e cidades inteiras adotando a reutilização, ou empresas de reutilização vendo taxas de retorno superiores a 90% e centros de lavagem sendo construídos em cidades nos EUA.

2. Despachando nossas coisas

Em pacotes de envio reutilizáveis, vimos algumas coisas aparecerem e fracassarem nos últimos anos, mas ainda há uma grande vantagem em fazer isso funcionar. Um dos meus amigos do LinkedIn me indicou a Ravioli – uma startup com sede em Hamburgo, Alemanha, que fornece caixas de remessa que são reutilizáveis para bens de consumo.

Outras empresas com essa pegada são a Returnity, Boox, LimeLoop e (minha favorita) a humilde contêiner de transporte intermodal. Esta última é meio que uma piada, mas na verdade não é, pois é importante lembrar que parte disso vem acontecendo há décadas de forma imperceptível.

3. Cuidados pessoais e domésticos

Inovações legais estão surgindo nos setores de higiene pessoal e cosmético também. Grandes atores que oferecem refis incluem Clorox e Dove, mas inúmeros outros atores menores, como Blueland, Beautycounter e Izzy, estão crescendo rapidamente.

Isso me leva à Loop, empresa social de embalagens reutilizáveis e gerenciada pela TerraCycle. A Loop opera nos EUA, Canadá, Reino Unido, França, Japão e Austrália para fornecer soluções de embalagens reutilizáveis em locais de varejo. Mais empolgante para mim, a Loop fez parceria com a Walmart, Tesco, Kroger e outras empresas, para oferecer o potencial de escalabilidade rápida em todo o mundo.

4. Mantendo as coisas frias

A cadeia de frios para alimentos pode ser um desastre para as embalagens: cheias de gosma; forros de isopor; sacolas plásticas — você já imagina a situação. Uma inovação [nesta área vem da empresa] Pluumo. Seus materiais de embalagem térmica à base de penas superam o poliestireno. As embalagens são feitas com a sobra de penas e embrulham os produtos de forma que os amortecem contra choques casuais.

Ao olhar para esse ecossistema de reutilização e reabastecimento, várias coisas ficam claras:

  • A mentalidade de que um tamanho único será ideal para tudo, provavelmente não funcionará para os casos de reutilização e reabastecimento, mas as pessoas não participarão de 100 programas para cada produto que comprarem. Teremos que construir um sistema de reutilização e reabastecimento que seja fácil de usar, mantendo o espaço necessário para soluções exclusivas para todos os tipos de produto. Isso é difícil, mas certamente solucionável.
  • Talvez precisemos treinar novamente as pessoas em como participar de programas de reutilização. Se começarmos por sistemas fechados, como locais de eventos e similares, podemos deixar as pessoas confortáveis com a reutilização antes de espalhá-la pelos quatro cantos.
  • É improvável que os programas-piloto produzam grandes resultados. Em outras palavras, como as pessoas estão tão acostumadas com a sociedade do descartável que conheceram, não podemos esperar que elas amem pequenos programas-piloto pontuais. Já vimos isso várias vezes, e não podemos continuar repetidamente caindo na mesma armadilha fracassada.

Artigo original (em inglês) publicado por Jon Smieja na GreenBiz.

Sobre o autor
Jon Smieja é vice-presidente e analista sênior de economia circular no Grupo GreenBiz, onde lidera a estratégia, programas e parcerias de circularidade da empresa. Sua equipe conecta as partes interessadas e as soluções de toda a cadeia de valor para cultivar uma comunidade de prática, na qual os profissionais são capacitados para transformar produtos, organizações, indústrias e sistemas.  Twitter:
@jonsmieja

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