Gerações Y e Z têm maiores taxas de preocupação climática

Imagem de mulheres bem jovens fazendo uma passeata e segurando cartazes de papelão com os dizeres "there's no planet b" que servem de ilustração para o artigo abordando que as Gerações Y e Z têm maiores taxas de preocupação climática.
As gerações mais jovens demonstram níveis mais altos de ativismo e envolvimento com o assunto das mudanças climáticas. Foto: Unsplash/CC0 Public Domain.

Uma pesquisa recente sugere que a geração Y – também conhecida por Millennials – e a geração Z experimentam maiores níveis de medo, culpa e indignação sobre os impactos das mudanças climáticas em comparação com os grupos mais velhos das gerações X e Baby Boomers (pós-guerra).

Conduzida pelo Centro de Mudanças Climáticas e Transformações Sociais (CAST) da Universidade de Cardiff (País de Gales) e pela Universidade de Bath (Inglaterra), a pesquisa coletou dados em todo o Reino Unido para examinar as diferenças geracionais nas atitudes com relação às mudanças climáticas.

O primeiro estudo desse tipo descobriu que as faixas etárias mais jovens se preocupam mais com as mudanças climáticas, e demonstram um envolvimento emocional mais forte com o tópico do que as faixas etárias mais velhas.

Os pesquisadores também descobriram que os entendimentos e os impactos percebidos sobre as mudanças climáticas eram mais comparáveis, apesar da existência de diferenças significativas entre as gerações quanto às emoções relacionadas ao clima.

“Acredita-se amplamente que as gerações mais jovens estão mais envolvidas com as mudanças climáticas do que as gerações mais velhas, mas isso nunca foi estudado sistematicamente”, disse Wouter Poortinga, principal autor do estudo e professor da Universidade de Cardiff. “Em nossa pesquisa, encontramos um padrão geral de níveis mais altos de crenças relacionadas ao clima, percepções de risco e emoções entre os grupos das gerações mais jovens”.

“No entanto, a lacuna entre as gerações, sobre as mudanças climáticas, ocorre principalmente em suas respostas emocionais e não em suas crenças sobre as mudanças climáticas”, disse Poortinga. “Por exemplo, não há diferenças geracionais nas crenças sobre as causas e impactos da mudança climática, embora os grupos com idades mais avançadas estejam mais propensos a pensar que já estamos sentindo os efeitos das mudanças climáticas.”

A equipe de pesquisa diz que as diferentes respostas emocionais às mudanças climáticas podem ser uma das razões pelas quais as gerações mais jovens demonstram níveis mais altos de ativismo e envolvimento com o assunto.

O estudo usou dados das pesquisas nacionalmente representativas do CAST, realizadas em 2020, 2021 e 2022. Essas pesquisas anuais fornecem informações das percepções que o público tem sobre as mudanças climáticas e envolveu cerca de 1.000 entrevistados em todo o Reino Unido.

“Embora haja em todas as gerações uma conscientização generalizada das mudanças climáticas, as gerações mais jovens se sentem muito mais ameaçadas com tais mudanças e têm reações emocionais mais fortes”, disse o Prof. Poortinga. “Isso não é completamente surpreendente, visto que as gerações mais jovens sentirão mais o peso dos impactos das mudanças climáticas do que as gerações mais velhas”.

A equipe sugere que as emoções negativas podem afetar muito o bem-estar das gerações mais jovens, embora também possam ser um motor importante para a ação climática.

“No entanto, temos que ter cuidado de não colocar o ônus nas gerações mais jovens para resolver o problema das mudanças climáticas. As gerações mais velhas têm a responsabilidade de agir agora para atenuar os efeitos do clima sobre as gerações futuras”, acrescentou o professor Poortinga.

Mais informação: Wouter Poortinga et al. Generational differences in climate-related beliefs, risk perceptions and emotions in the UK, Communications Earth & Environment (2023). DOI: 10.1038/s43247-023-00870-x

Fonte: Universidade de Cardiff

Artigo original (em inglês) publicado pela Phys.Org.

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