IPCC soou alarme preocupante sobre impactos climáticos

Imagem de uma árvore no meio de um deserto no qual misturam-se pouca vegetação, sugerindo que a natureza precisa de cuidados e por isso o IPCC soou alarme preocupante sobre impactos climáticos
Foto: Greg Montani/Pixabay

Diante de contínuos aumentos da temperatura média terrestre, o IPCC soou alarme preocupante sobre impactos climáticos, em relatório publicado há duas semanas, e urge a proteção da natureza, visto que o aquecimento global está no rumo para ultrapassar ainda neste século os 2°C estabelecidos como limite máximo – preferivelmente 1,5°C até 2030 – conforme anunciado no Acordo de Paris, em 2015.

O relatório em questão faz parte da segunda de três versões que, juntas, comporão o documento final, intitulado Sexto Relatório de Avaliação (AR6, da sigla em inglês), o qual foi baseado em estudos de cientistas do mundo inteiro e encomendado pelo IPCC – Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, das Nações Unidas.

Para a produção do AR6, previsto para ser publicado este ano, o IPCC contou com a participação de um vasto número de colaboradores, os quais foram divididos em três grupos de trabalho, ou Working Groups (WG), responsáveis por analisar três temas distintos.

O WG l teve a participação de 234 especialistas no tema The Physical Science Basis, cujo relatório foi publicado em agosto de 2021. Já o WG ll contou com 270 autores para o tema Impacts, Adaptation & Vulnerability, publicado há duas semanas, enquanto que o WG lll foi composto por 239 cientistas para o tema Mitigation of Climate Change, cujo relatório está previsto para ser divulgado em abril próximo (informações já publicadas aqui no site, em outro artigo).

De acordo com um artigo da GreenBiz,  a análise do WG ll observa que as mudanças climáticas já estão afetando bilhões de pessoas em todo o mundo, visto que as temperaturas globais continuam acelerando. Portanto, o relatório faz um alerta: os impactos resultantes devem intensificar ao longo das próximas décadas, a menos que ocorram reduções rápidas e profundas nas emissões de gases de efeito estufa.

Por isso o IPCC soou alarme preocupante – sobre os impactos climáticos – ao sugerir que de agora em diante enfrentaremos riscos que são inevitáveis e irreversíveis para os seres humanos e para os ecossistemas.

O WG ll sugere que o aumento das ondas de calor, secas e inundações dos últimos anos estão matando espécies como árvores e corais, e que os eventos climáticos extremos estão expondo milhões de pessoas à insegurança alimentar e a crises hídricas agudas.

O relatório do IPCC destaca ainda que as ações humanas – desmatamento, poluição e mudanças no uso da terra, entre outras – induzem às mudanças climáticas que prejudicam a capacidade da natureza de fornecer serviços essenciais à vida humana, como a proteção costeira, abastecimento de alimentos ou a regulação do clima, conclui o artigo da GreenBiz.

Portanto, considerando as mudanças irreversíveis que foram delineadas no relatório do IPCC para as próximas décadas, é preciso que a população de forma geral, as empresas e os governos passem a focar na adaptação e mitigação dos impactos inevitáveis.

Neste sentido, o Secretário Geral da ONU, António Guterres, diz ser “essencial para a sobrevivência” aumentar os investimentos em adaptação. Segundo a GreenBiz, ele pediu para as nações desenvolvidas garantirem que os fluxos de financiamento alocados a projetos de redução de emissões sejam acompanhados de investimentos que permitam que a natureza e os seres humanos se preparem para os impactos climáticos crescentes.

Sobre o autor | Fernando Oliveira

Foto Fernando


Fernando é o fundador e editor da Sustenare. Ele é administrador de empresas, cientista da computação e doutor em energia pela Universidade de São Paulo (USP). Fernando morou nos Estados Unidos por dez anos, país onde cursou universidade e trabalhou por igual período para empresas de tecnologia e do ramo editorial.

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