Planta carnívora em forma de jarro captura suas presas no subsolo

Foto de uma planta nepenthes pudica para ilustrar o artigo que uma planta carnívora em forma de jarro captura suas presas no subsolo
Algumas das plantas Nepenthes pudica desenterradas pelos pesquisadores. Foto: Martin Dančák

As plantas carnívoras já são bastante fascinantes, mas uma descoberta recente aumenta ainda mais o fator de estranheza que elas possuem. Cientistas descobriram como uma planta carnívora em forma de jarro captura suas presas no subsolo. Geralmente, plantas carnívoras atraem e capturam insetos por meio de folhas modificadas que crescem acima do solo. Esses prolongamentos em forma de jarros cilíndricos, orientados verticalmente, apresentam um topo aberto e um fundo fechado.

Insetos como moscas são inicialmente seduzidos por pigmentos atraentes ou pelo néctar da planta, mas depois escorregam na borda lisa do jarro quando pousam nele para, então, deslizarem para seu fundo, onde se afogam em uma poça de água na qual seus corpos são dissolvidos e digeridos pela planta.

Em 2012, um grupo internacional de cientistas avistou plantas desse tipo em uma região de Bornéu, as quais inicialmente aparentavam não ter forma de jarro.

No entanto, após uma investigação mais aprofundada, os pesquisadores descobriram que as plantas tinham brotos que sustentavam jarros subterrâneos. Crescendo diretamente no solo ou em cavidades subterrâneas, os jarros mediam até 11 cm de comprimento e capturavam presas do solo, como formigas, ácaros e besouros.

Estas plantas carnívoras foram retirados de uma cavidade subterrânea que estava sob uma árvore. Foto: Martin Dančák.

Estas plantas foram agora classificadas como uma espécie única de planta de jarro chamada Nepenthes Pudica – a última parte do nome é derivada da palavra latina pudicus, que significa “tímida”.

Acredita-se que as plantas desenvolveram os jarros subterrâneos em resposta ao seu habitat de alta altitude no topo de uma cumeeira seca, local em que a água é escassa e os insetos acima do solo também são escassos. “Nós sugerimos a hipótese de que as cavidades subterrâneas têm condições ambientais mais estáveis, incluindo umidade e onde, presumivelmente, também há mais presas em potencial durante os períodos secos”, disse Michal Golos, um membro da equipe e aluno de doutorado na Universidade de Bristol.

Um artigo sobre a pesquisa, liderada pelo Prof. Martin Dančák, da Universidade de Palacký Olomouc (República Tcheca), foi publicado recentemente no periódico PhytoKeys.

Fonte: Pensoft Publishers via EurekAlert.

Artigo original (em inglês) publicado por Ben Coxworth na New Atlas.

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