Estudo revela que viver perto de áreas verdes reduz risco de AVC

Imagem de uma área residencial no meio de bastante vegetação para ilustrar que estudo revela que viver perto de áreas verdes reduz o risco de AVC
Foto: Pixabay

Existe alguma relação entre Acidente Vascular Cerebral (AVC) e morar distante de locais arborizados? Um grupo de pesquisadores afirma que sim. O resultado de um estudo revela que viver perto de áreas verdes reduz risco de AVC. Uma matéria da Science Daily diz que o estudo, conduzido por hospitais da Holanda e da Espanha e publicado no periódico Environmental International, conclui que o risco de sofrer um AVC isquêmico é 16% menor em pessoas que vivem próximas de espaços verdes situados a no máximo 300 metros de onde elas moram.

A pesquisa considerou o local de residência de cada uma das 3,5 milhões de pessoas estudadas, com idades acima de 18 anos e sem histórico de AVC, bem como a exposição que cada uma delas teve a três poluentes atmosféricos relacionados com o tráfego de veículos: material particulado de 2,5 mícrons (PM2,5), dióxido de nitrogênio (NO2) e partículas de fuligem.

De acordo com a Science Daily, os dados da pesquisa foram obtidos via georreferenciamento, mediante o uso de dados populacionais e informações de saúde obtidos pelo Programa de Dados Analíticos de instituições do governo, e tudo de forma anônima para proteger a privacidade dos participantes.

A análise dos resultados indica a existência de uma relação direta entre o aumento dos níveis de NO2 e de material particulado na atmosfera e o risco de derrame. Tais dados referem-se à população inteira, independentemente de hábitos de tabagismo ou fatores socioeconômicos e de idade, diz a publicação.

“Se realmente quisermos reduzir os múltiplos riscos que esses poluentes representam para a saúde das pessoas, precisamos adotar medidas ousadas para reduzir o uso do carro”.

Cathryn Tonne, pesquisadora da ISGlobal

A exposição a espaços verdes proporciona efeitos benéficos que podem ser medidos através de uma variedade de mecanismos, como a redução do estresse, o aumento de atividades físicas e o contato social com outras pessoas, diz o estudo.

Diante dos resultados apresentados, os autores da pesquisa reforçam a necessidade de refletir sobre se os níveis atuais de poluição atmosférica de nossas cidades são considerados seguros ou não.

A Science Daily diz que atualmente os limites estabelecidos pela União Europeia são de 40 μg/m3 para o NO2 e 25 μg/m3 para PM2.5 (ambos são reduzidos pela Organização Mundial da Saúde para 10 μg/m3 e 5 μg/m3, respectivamente), sem níveis definidos para partículas de fuligem.

“Apesar de os níveis estabelecidos pela União Europeia serem cumpridos, nos deparamos com o paradoxo de que ainda há um risco à saúde, como o que identificamos neste estudo, onde há uma relação direta entre a exposição a poluentes em nosso ambiente e o risco de sofrer um AVC. O perigo ainda está presente e muitas outras medidas precisam ser tomadas, considerando o aumento da população urbana e seu envelhecimento.”

Dra. Rosa Vivanco, principal autora do estudo e pesquisadora do IMIM-Hospital del Mar.

Nesse sentido, o chefe da Neurologia do Hospital del Mar e coordenador do Grupo de Pesquisa Neurovascular, Dr. Jaume Roquer, ressalta que os efeitos da poluição atmosférica, o ruído dos veículos e a falta de espaços verdes nas cidades demandam mais esforços e estratégias que possam reduzir os impactos sobre a população, diz a Science Daily.

Como seus efeitos são permanentemente nocivos e prejudiciais, devemos nos esforçar para alcançar cidades mais sustentáveis e onde viver não signifique um risco maior de doenças, conclui a matéria da Science Daily, cujo original pode ser lido aqui.

Sobre o autor | Fernando Oliveira

Foto Fernando


Fernando é o fundador e editor da Sustenare. Ele é administrador de empresas, cientista da computação e doutor em energia pela Universidade de São Paulo (USP). Fernando morou nos Estados Unidos por dez anos, país onde cursou universidade e trabalhou por igual período para empresas de tecnologia e do ramo editorial.

Similar Posts