Como proteger os dados das pessoas em cidades inteligentes?

Foto de prédios de uma cidade sendo subrepostos por ícones de tecnologias inteligentes para ilustrar como proteger os dados das pessoas em cidades inteligentes. Foto: Rawpixel-Freepik.
Foto: Rawpixel-Freepik.

Liderada pelo Fórum Econômico Mundial, a Aliança Global de Cidades Inteligentes sobre Governança Tecnológica da Cúpula do G20 é uma iniciativa criada para promover o uso responsável de tecnologias em cidades inteligentes. Ela está desenvolvendo, testando e implantando padrões e políticas globais para garantir que os dados [de cidadãos] coletados em locais públicos sejam usados de forma ética e segura, além de mitigar riscos potenciais e promover a confiança do público. [Continue lendo para entender como proteger os dados das pessoas em cidades inteligentes.]

Representando mais de 200 mil cidades e governos locais, empresas, start-ups, instituições de pesquisa e organizações sem fins lucrativos, a Aliança está liderando inúmeras iniciativas em mais de 36 cidades pioneiras em todo o mundo com foco na governança de cidades inteligentes por meio de mobilidade, administração, infraestrutura, energia, bem como indústrias culturais e criativas.

Istambul, Kampala, Milão e Newcastle, por exemplo, estão patrocinando a iniciativa Dig Once para garantir que as infraestruturas digitais sejam integradas aos projetos de construção, acelerando sua instalação e reduzindo os transtornos para os cidadãos.

A Cidade do México e Milão estão aumentando a responsabilidade cibernética para garantir a transparência e aumentar a confiança dos cidadãos sobre medidas de segurança digital que forem adotadas pela administração pública.

Apeldoorn, Bogotá e Istambul estão implantando novos modelos de Avaliação de Impacto na Privacidade para garantir que os dados pessoais dos cidadãos sejam protegidos e processados com segurança.

Qual é o desafio da governança em cidades inteligentes?

Para apoiar suas populações urbanas em expansão, muitas cidades estão confiando na internet das coisas (IoT) – ou seja, a rede mundial de dispositivos conectados em constante expansão – para coletar, compartilhar e analisar dados em tempo real sobre ambientes urbanos.

Os dados coletados usando tecnologias IoT estão ajudando as cidades a combater o crime, reduzir a poluição, diminuir o congestionamento do tráfego, melhorar a preparação para desastres, entre outras coisas.

No entanto, tais tecnologias também levantam preocupações crescentes sobre a privacidade, segurança [e sobre como proteger os dados das pessoas em cidades inteligentes].

Sem uma governança adequada, essas tecnologias inteligentes vão representar desafios significativos. Todavia, apesar do número de cidades inteligentes aumentar em todo o mundo, ainda não há uma estrutura global que regulamente como os dados devem ser coletados em locais públicos e subsequentemente usados (como por exemplo, dados coletados por câmeras de trânsito ou pontos de acesso Wi-Fi).

É preciso criar uma estrutura segura para proteger os dados digitais das pessoas nas cidades inteligentes.
Foto: Gerd Altmann/Pixabay

Nossa abordagem para a governança em cidades inteligentes

Líderes mundiais anunciaram o lançamento da Aliança durante a Cúpula do G20 que foi realizada na cidade de Osaka, no Japão, em 2019. Como uma Organização Internacional para a Cooperação Público-Privada, o Fórum Econômico Mundial foi selecionado para ser o secretariado da Aliança.

“As cidades são as criadoras de soluções e bancos de ensaio do futuro. Somente criando uma estrutura conjunta baseada na confiança podemos realizar todo o potencial das tecnologias de cidades inteligentes para o benefício futuro de toda a humanidade.”

Jan Vapaavuori, Prefeito de Helsinque, Finlândia, entre 2017–2021

A Aliança está estabelecendo normas de políticas globais para a coleta e o uso de dados, transparência e confiança pública e melhores práticas de governança em cidades inteligentes. A [Aliança também] está reunindo governos, parceiros do setor privado e organizações da sociedade civil para co-projetar, pilotar e ampliar soluções políticas inovadoras que ajudem as cidades a implantar tecnologias IoT de forma responsável.

Especialistas de mais de 50 organizações globais têm colaborado por meio da Aliança no desenvolvimento de um roteiro de política global inédito sobre tecnologias de cidades inteligentes.

As cidades pioneiras que vêm adotando o roteiro e orientando seu desenvolvimento rumo à governança de cidades inteligentes são: Apeldoorn, Holanda; Barcelona, ​​Espanha; Belfast, Reino Unido; Bengaluru, Índia; Bilbau; Espanha; Buenos Aires, Argentina; Bogotá, Colômbia; Brasília, Brasil; Chattanooga, EUA; Córdoba, Argentina; Daegu, Coreia do Sul; Dallas, EUA; Dubai, Emirados Árabes Unidos; eThekwini, África do Sul; Faridabad, Índia; Gaziantep, Türkiye; Hamamatsu, Japão; Hyderabad, Índia; Indore, Índia; Istambul, Türkiye; Kampala, Uganda; Kaga, Japão; Kakogawa, Japão; Karlsruhe, Alemanha; Leeds, Reino Unido; Lisboa, Portugal; Londres, Reino Unido; Maebashi, Japão; Manila, Filipinas; Medellín, Colômbia; Melbourne, Austrália; Cidade do México, México; Milão, Itália; Muscat, Omã; Newcastle, Austrália; Pittsburgh, EUA; San Jose, EUA, Tampere, Finlândia e Toronto, Canadá.

“Governos locais e regionais precisarão garantir que a aplicação da tecnologia promova os direitos humanos por meio da prestação equitativa de serviços públicos, colocando nossas comunidades e o planeta em primeiro lugar. A Aliança Global de Cidades Inteligentes é um mecanismo importante para ajudar a facilitar essa transformação, reunindo uma rede crítica de parceiros para abordar e mitigar coletivamente crises futuras.”

Emilia Saiz, Secretária Geral, Cidades e Governos Locais Unidos (UCLG)

Juntamente com o roteiro de políticas globais, a Aliança também oferece suporte em nível local às cidades, criando parcerias nacionais que podem adaptar modelos de políticas globais e conectar cidades entre si e com especialistas locais. Começando com uma comunidade urbana baseada no Japão, a Aliança criou redes adicionais na Índia e na América Latina.

A partir de maio de 2022 a Aliança [passou a apoiar] mais de 70 cidades para adotar a governança de cidades inteligentes. Tendo em vista o sucesso da empreitada, a Aliança planeja lançar mais redes na Ásia, Oriente Médio e África.

As conquistas dessa iniciativa foram reconhecidas em 2021 pelo Congresso Smart City Expo World com o Prêmio Governança e Economia.

Os parceiros fundadores da Aliança Global de Cidades Inteligentes sobre Governança Tecnológica da Cúpula do G20 incluem: Japão e Arábia Saudita; a Missão de Cidades Inteligentes da Índia; Cidades para Todos; Instituto Cidades Hoje; Fórum do Governo Local da Commonwealth; Rede de Cidades Sustentáveis da Commonwealth; Catapulta de Lugares Conectados; Sociedade do Futuro Digital; Governos Locais pela Sustentabilidade; União Internacional de Telecomunicações; Liga Nacional das Cidades; Cidades Inteligentes Abertas e Ágeis; Congresso Mundial Smart City Expo; Cidades Unidas e Governos Locais; O que funciona nas cidades; Fórum Econômico Mundial e World Enabled.

Como você pode se envolver?

A Aliança Global de Cidades Inteligentes sobre Governança Tecnológica da Cúpula do G20 é liderada pela Plataforma do Fórum para Moldar o Futuro da Transformação Urbana.

A Aliança está acolhendo cidades e organizações para se tornarem parceiras na governança de cidades inteligentes. Se você estiver interessado em ingressar na Aliança ou em apoiar nossas redes regionais, entre em contato conosco.

Artigo original (em inglês) publicado pelo Fórum Econômico Mundial–WEF.

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