A parceria certa pode amplificar o impacto dos investimentos ESG

Imagem de duas mãos fazendo um aperto de mãos sobre uma imagem de uma floresta para ilustrar o post cujo título diz que a parceria certa pode amplificar o impacto dos investimentos ESG.
As melhores parcerias nascem de um desejo genuíno de colaborar. Imagem: F. Nagiyev/M. Hassan/Pixabay. Montagem: Sustenare.
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“Se você quiser ir rápido, vá só. Se quiser ir longe, junte-se a outros.”

Este provérbio não poderia ser mais verdadeiro do que para as pessoas que trabalham dentro da liderança da sustentabilidade.

Sim, empresas individuais, governos ou organizações não governamentais podem ter um impacto material. Mas para alcançar uma transformação escalável genuína, as organizações devem trabalhar em conjunto e na direção de objetivos comuns ou inspirar outras pessoas dentro de sua esfera de influência.

O impacto de seus investimentos ambientais, sociais e de governança (ESG) pode ser amplificado exponencialmente pela parceria certa. Isso é conhecido como o “efeito multiplicador”.

Palestrando em nosso recente Impact Leaders Lab, um evento mensal no qual os principais especialistas em sustentabilidade fornecem dicas práticas, Sarah Beaubien, líder de impacto e sustentabilidade do Clif Bar, de propriedade da Mondelēz, fez o seguinte resumo:

“Se você solta uma pedra na água e, por meio de uma ativação de marca ou de negócios intencionais, ela se transforma em uma ondulação, e essa ondulação acaba se tornando uma onda, é aí que a mudança transformacional acontece”, disse ela. “Somos uma empresa pequena que superou os empecilhos por causa dessas parcerias.”

Veja a seguir cinco maneiras de tornar sua próxima parceria um sucesso.

Pense fora da caixa

Não cometa o erro de limitar parceiros potenciais a colegas do setor, ou mesmo concorrentes. Considere como as ONGs ou parceiros de caridade, fornecedores em toda a sua cadeia de valor, seus funcionários ou até mesmo o consumidor final de seus produtos ou serviços também podem se tornar parceiros mutuamente benéficos.

Beaubien descreveu como a Clif Bar participou de uma infinidade de relacionamentos diferentes, desde a ativação de funcionários da empresa por meio de seu programa Clif Corps – um programa de serviço comunitário liderado por funcionários que alcançou 90% de participação em 2023 – até alavancar seus relacionamentos com atletas de ponta.

Em 2022, por exemplo, a Clif Bar fez uma parceria com a tenista campeã Venus Williams e a organização sem fins lucrativos Outdoor Afro para fornecer acesso a uma série de experiências ao ar livre.

Ao pensar de forma mais criativa sobre as parcerias que podem ser mutuamente benéficas, você se abre para um conjunto muito mais diversificado e muito mais criativo de parceiros.

Use uma estrutura para priorizar as oportunidades

Aqueles que lideram equipes de sustentabilidade em grandes organizações podem se deparar com vários pedidos de parcerias. Como escolher a certa? Uma dica: o segredo está em não ficar dizendo sim até que você esteja com capacidade zero. Em vez disso, filtre cada solicitação por meio de uma estrutura objetiva que mapeie ofertas — e ideias internas também — de acordo com um conjunto de critérios claros.

Até que ponto os recursos existentes de uma organização seriam usados, por exemplo? Isso se alinha com a estratégia do core business? Que investimento exige? Qual é o potencial de longo prazo do projeto?

Imagem: Gerd Altmann/Pixabay.

Na Clif Bar, a equipe até considera cuidadosamente se um determinado programa ajudará na atração e retenção de talentos, de acordo com Beaubien, dado o quão competitivo é o cenário atual de contratações. Analise parcerias potenciais por meio dessa estrutura e use suas métricas claras para obter a adesão dos executivos de alto escalão.

Abra-se para a (verdadeira) colaboração

As melhores parcerias nascem de um desejo genuíno de colaborar. Isso significa ser capaz de aceitar ideias externas, delegar responsabilidades e saber quando é preciso dar um passo para trás.

De forma crucial, se sua organização é a líder em uma causa ou projeto, isso não significa que você deve supervisionar cada elemento de sua execução. Em vez disso, estabeleça a estratégia e, em seguida, procure inspirar outros a também realizar, em vez de instruir.

Como Beaubien apontou, essa é a beleza do efeito multiplicador. “Todo o trabalho não precisa ser feito pela nossa equipe”, disse. “Somos apenas uma espécie de fonte da ‘inspiração’, e então isso repercute. Assim, vão aparecer empresas e organizações se aproximando de nós dizendo: ‘Temos essa grande oportunidade, temos essa grande coalizão, você quer fazer parte dela’?”

Identifique onde você pode agregar valor

Se [uma parceria] não estiver estrategicamente ligada ao seu negócio principal, pense duas vezes antes de se envolver. Se não se alinhar claramente com seu produto ou serviço principal, ou com sua estratégia mais ampla de impacto, você pode acabar se tornando um fardo para seus próprios stakeholders, em vez de agir como um catalisador para mudanças positivas.

Em vez disso, invista mais pesadamente nos aspectos de uma parceria que se alinhem com os objetivos de seus negócios principais e use os recursos existentes, em vez de pedir novos investimentos. Isso amplifica seu impacto e também lhe dá a maior credibilidade, tanto interna quanto publicamente.

Defina desde o início como será o sucesso

Antes de começar a concretizar uma parceria, ambos os lados já devem ter concordado com os resultados e impactos nos negócios e na comunidade. Por exemplo, como eles medirão o sucesso e quem na parceria será responsável pela coleta dos dados?

Antes de fazer uma parceria, pense em como ela vai impactar seus negócios e como o sucesso será mensurado.  Imagem: Gerd Altmann/Pixabay.

Isso nem sempre é simples. Embora projetos puramente comerciais possam muitas vezes ser analisados de acordo com indicadores-chave de desempenho quantitativos, como receita, lucros ou aquisição de clientes, o mesmo não pode ser dito de parcerias enraizadas em metas ESG. É por isso que pode ser útil fazer uso de estruturas externas que medem o sucesso, como a metodologia do London Benchmarking Group.

Quando liderei o London Benchmarking Group, uma organização membro de mais de 100 empresas FTSE250 listadas na Bolsa de Valores de Londres, focada em medir, gerenciar e relatar seus investimentos e parcerias estratégicas na comunidade, ajudamos as empresas a definir metas desde o início. Essas metas foram organizadas em duas partes: o negócio e a comunidade. Quais foram as entradas do negócio (dinheiro, tempo ou investimentos em espécie) e os resultados do negócio (número de pessoas alimentadas, etc.) versus entradas da comunidade (voluntários ou tempo de gerenciamento do projeto) e saídas (número de acomodações fornecidas aos moradores de rua)?

Medir resultados é uma parte fundamental para garantir que as parcerias sejam eficazes, mutuamente benéficas e gerem um sólido retorno sobre o investimento, tanto para as partes interessadas quanto para os acionistas.

As parcerias certas podem ser inestimáveis para ampliar o impacto dentro da sustentabilidade. Mas para garantir que acelerem o progresso – em vez de agir como um obstáculo – é fundamental que os líderes considerem cuidadosamente quais parcerias melhor se adequam à sua organização e o que é necessário para alcançar um sucesso quantificável.

Artigo original (em inglês) publicado por Shannon Houde na GreenBiz.

Sobre a autora
Shannon Houde é coach executiva e estrategista de talentos, certificada pelo ICF, com mais de 20 anos aconselhando executivos.  Ela é a fundadora da Walk of Life Coaching, o primeiro negócio internacional de desenvolvimento de carreira e consultoria de talentos, focado em ESG, sustentabilidade, investimento de impacto, diversidade, inclusão e responsabilidade corporativa. @walkoflifecoach

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