Como identificar métricas ESG que são importantes

Imagem de duas mãos masculinas, juntas e carregando um pouco de terra com uma pequenina planta, ilustram o artigo sobre como identificar as métricas ESG que são importantes.
ESG é um componente fundamental para a tomada de decisão de uma empresa. Foto: Rawpixel/Freepik.

As questões ESG (Ambiental, Social e Governança) têm se tornado cada vez mais importantes dentro do mundo dos investimentos. Para 85% dos sócios limitados entrevistados pela Private Equity International, ESG tornou-se um componente significativo no seu processo de tomada de decisão. Segundo a Deloitte, os ativos ESG nos Estados Unidos terão o valor de US$ 35 trilhões até o ano 2025.

A procura por ESG e investimentos sustentáveis está sendo impulsionada por fatores como riscos ambientais, como o aumento das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e desastres naturais, como também pelo crescimento de investidores socialmente conscientes.

À medida que os integrantes da geração millennial se tornam funcionários, compradores e investidores, eles passam a observar as empresas que se dedicam à sustentabilidade e, como resultado, as recompensam com lealdade. De acordo com o Morgan Stanley, 86% da geração millennial se interessam por investimentos sustentáveis, e uma pesquisa da Sustainable Brands descobriu que os investidores dessa geração são mais propensos a integrar a sustentabilidade em seu comportamento de consumo.

Por outro lado, o número de empresas que relatam fazer esforços de sustentabilidade tem aumentado na medida em que mais investidores exigem relatórios ESG detalhados. De acordo com o Governance & Accountability Institute, 90% das empresas da S&P 500 emitiram relatórios de sustentabilidade em 2019.

Entendendo as métricas de sustentabilidade

Hoje em dia os investidores necessitam de ferramentas precisas para quantificar o desempenho ESG e orientar o processo de investimento, especialmente agora que o investimento sustentável está altamente valorizado. Para ter sucesso, investidores e empresas precisam de orientações claras e alinhadas sobre quais medidas os ajudarão a definir e conseguir resultados ESG eficazes.

Na hora de definir métricas, é importante entender as três principais categorias de ESG. Cada setor e organização terá métricas diferentes que sejam relevantes para seus negócios, mas as métricas que são comumente rastreadas incluem:

• Métricas ambientais que incluem redução no uso de eletricidade, mudanças no consumo de combustível dos veículos da empresa, redução nas emissões de carbono, economia no uso de água e maior desvio de lixo;

• Métricas sociais focadas em funcionários e colaboradores, saúde e bem-estar, diversidade e inclusão, e gestão da cadeia de suprimentos;

• Métricas de governança que são determinadas pela existência de políticas em uma ampla gama de questões, tais como os valores da empresa e planos de resiliência dos negócios.

As métricas ESG são uma forma de as empresas se comunicarem com seus stakeholders. Imagem: Freepik.

Essas métricas ajudam a prever o futuro desempenho financeiro de uma empresa e oferecem às corporações e aos gestores de ativos uma forma de comunicação com as partes interessadas, demonstrar comprometimento com os princípios fundamentais e avaliar o impacto ambiental e ético.

Definindo métricas ESG importantes de acompanhar

Os dados ESG e os padrões de relatórios estão mudando da fase voluntária “bom de ter” para a fase “deve-se ter” na medida em que as empresas competem por recursos de investimento com foco na sustentabilidade. Embora muitas empresas estejam inclinadas a se gabar de suas realizações ESG, relatórios claros e consistentes garantem transparência e responsabilidade.

Para apoiar a demanda por estruturas ESG padronizadas, o Fórum Econômico Mundial apresentou uma série de métricas que as empresas podem usar na metodologia de relatório que fornece um conjunto comum de divulgações e oferecer suporte a sistemas de relatórios ESG mais coerentes e abrangentes.

As métricas e divulgações foram desenvolvidas em colaboração com quatro firmas líderes de contabilidade (Deloitte, EY, KPMG e PwC), bem como representantes de corporações, investidores, criadores de normas, organizações não governamentais e internacionais e principais estruturas de relatórios (CDP, Climate Disclosure Standards Board e Global Reporting Initiative). As métricas estão centradas em quatro pilares:

1. Princípios de governança: Isto reflete o propósito, estratégia e responsabilidade de uma empresa e inclui critérios que medem o risco e o comportamento ético;

2. Planeta: Isto reflete as dependências e os impactos de uma empresa sobre o ambiente natural e inclui métricas como emissões de GEE, proteção da terra e uso da água;

3. Pessoas: Isto representa o patrimônio de uma empresa e como ela trata seus funcionários e inclui métricas centradas em relatórios de diversidade, diferenças salariais, saúde e segurança;

4. Prosperidade: Isto representa como uma empresa afeta o bem-estar financeiro de sua comunidade e avalia métricas como geração de emprego e riqueza, impostos pagos e investimento em P&D.

As empresas podem utilizar esses pilares e um conjunto expandido de “Métricas de Capitalismo dos Stakeholders” e divulgações para alinhar seu desempenho ESG e indicadores de relatórios de forma consistente.

Buscando o compromisso com o ESG

A IHSMarketing também tentou definir métricas comumente exigidas por investidores de fundos de capital privado. A IHSMarketing descobriu em uma pesquisa particular que enquanto os investidores estão priorizando o ESG, sócios gerais e empresas de portfólio labutam para identificar, coletar e relatar dados relevantes.

Governança, pessoas, planeta e prosperidade são exemplos de pilares para métricas em relatórios de sustentabilidade. Imagem: Freepik.

No entanto, a pesquisa conseguiu identificar 10 padrões e métricas ESG comuns que tipicamente são mais relevantes para investidores de capital privado durante a supervisão de investimentos e os processos de due diligence [procedimento cuidadoso e aprofundado que investiga e avalia o risco de uma empresa]. Eles incluem:

• Presença de uma política ESG formal;

• Distribuição de responsabilidade relacionada à integração ESG na organização;

• Presença de um código formal de ética nos negócios;

• Presença de litígios sobre questões ambientais, sociais e éticas;

• Diversidade entre funcionários, membros do conselho e administração;

• Composição líquida de funcionários, incluindo as proporções dos que trabalham meio turno e os que são terceirizados;

• Presença de uma política ambiental formal;

• Capacidade de estimar as emissões diretas e indiretas de GEE da organização;

• Número de dados e incidentes relacionados com a segurança cibernética;

• Número de problemas de saúde e de segurança.

Os investidores podem gerenciar melhor o risco, gerar valor e diferenciar o desempenho do portfólio ao coletar e rastrear as principais métricas durante todo o ciclo de vida do investimento. Embora o processo possa ser demorado sem uso da tecnologia, as soluções de relatórios ESG podem ajudar a consolidar os dados do portfólio e fornecer benchmarks confiáveis de desempenho ESG.

Preparando-se para um futuro socialmente responsável

Dado o recente aumento na demanda dos investidores por ESG, as empresas devem agir rapidamente para capitalizar tal oportunidade. Os investidores procuram não somente empresas que reportem métricas ESG, mas também aquelas que tenham metas ESG significativas e atingíveis por meio de um plano de ação específico para alcançá-las. A eficiência da cadeia de valor de dados ESG pode ser melhorada ao fornecer definições consistentes para métricas “ambientais”, “sociais” e de “governança” e que levem a interações mais eficazes com investidores.

Isso exige uma revisão fundamental de como o sistema funciona e requer que as empresas sejam ágeis e adaptáveis, adotem níveis mais altos de resiliência e tenham uma perspectiva global. As estruturas ESG garantem que as empresas possam mitigar riscos, tais como mudanças climáticas, degradação ambiental, extinções em massa e pandemias globais, além de capitalizar oportunidades que oferecem crescimento sustentável em longo prazo.

Avaliações de materialidade ESG

Com os investidores perguntando cada vez mais sobre o que sua empresa está fazendo em relação ao investimento responsável, como ela trata seus funcionários e fornecedores, qual a dedicação dela com relação a iniciativas de sustentabilidade e outras atividades que se enquadram no ESG, ter respostas para tais perguntas passa a ser importante.

Uma avaliação de materialidade ESG permite que você relate facilmente seu estado atual e delineie iniciativas futuras, levando em consideração suas metas nos negócios e riscos inerentes. Baixe nosso guia para criar e extrair o máximo valor estratégico de uma avaliação de materialidade ESG.

Artigo original (em inglês) publicado por Helee Lev no blog da Conservice ESG.

A Sustenare agradece a Freepik pela cortesia das imagens usadas no texto: Imagem 1, Imagem 2, Imagem 3.

Sobre a autora
Helee Lev lidera vendas, desenvolvimento de negócios e o grupo de consultoria estratégica da Conservice ESG. Em 2012, juntou-se à equipe para supervisionar o gerenciamento estratégico de contas, novos negócios e alianças do setor. Em 2015, participou da arrecadação de US$ 5 milhões em financiamento de capital de risco.

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