Venda de biodiesel superou a meta no novo modelo de comercialização

Foto mostrando tanques de armazenamento de biodiesel numa usina sob um céu azul de brigadeiro. No pátio aberto há uma carreta e uma bomba de biodiesel. A foto ilustra a notícia de que a venda de biodiesel superou a meta no novo modelo de comercialização
O novo modelo de comercialização de biodiesel estimula a concorrência entre os atores. Foto: United Soybean.

O mês de janeiro mal começou e o setor de biocombustíveis já recebeu uma boa notícia: a venda de biodiesel superou a meta no novo modelo de comercialização, o qual passou a vigorar no primeiro dia de 2022, dentro dos parâmetros da Resolução nº 14/2020 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

Para o bimestre janeiro-fevereiro, os distribuidores contrataram dos produtores o total de 957 milhões de litros de biodiesel que serão destinados para atender o percentual obrigatório de mistura (blend) no diesel mineral.

Recentemente o blend sofreu um retrocesso para 10% (B10), quando já deveria estar no B13 (e quase mudando para o B14, a partir de março próximo), conforme previsto em resolução do CNPE e já explicado aqui no site, em outro artigo.

Segundo a ANP, o total de biodiesel comercializado para o bimestre corrente representa uma oferta 36% maior do que a prevista para o período – o que só foi possível acontecer por conta da grande adesão de produtores e distribuidores ao novo modelo de comercialização.

Eles foram os responsáveis pelo sucesso inicial desse novo modelo, no qual os compradores (distribuidores) adquirem o biodiesel diretamente dos vendedores (produtores), ao contrário do que acontecia quando o biocombustível era vendido por meio dos leilões conduzidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) até o final de 2021.

Conforme a ANP, pelo novo modelo, a previsibilidade de abastecimento do mercado doméstico acontecerá em função do volume de biodiesel que cada distribuidor terá que contratar. Ou seja, para o bimestre corrente, cada um terá que adquirir 80% do volume por ele comercializado no mesmo período do ano anterior. Os 20% restantes proporcionarão ao distribuidor uma flexibilidade para que ele possa negociar o produto conforme lhe convier.

Este novo modelo de comercialização de biodiesel não só estimula a concorrência entre os atores, fazendo com que o combustível chegue ao consumidor com preço acessível e de boa qualidade, mas também assegura que o abastecimento doméstico não seja comprometido, dentre outros motivos elencados pela própria ANP.

Sobre o autor | Fernando Oliveira

Foto Fernando


Fernando é o fundador e editor da Sustenare. Ele é administrador de empresas, cientista da computação e doutor em energia pela Universidade de São Paulo (USP). Fernando morou nos Estados Unidos por dez anos, país onde cursou universidade e trabalhou por igual período para empresas de tecnologia e do ramo editorial.

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